Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, disse no Parlamento em sessão de comissão, de 7 de Agosto passado: “No domingo passado, salvo alguma perda de memória, não referi fraude. Disse que o Banco de Portugal conseguiu identificar uma ponta do problema, realizou uma acção de inspecção além do perímetro normal de supervisão, envolvendo uma auditoria às empresas não financeiras que constituem os principais clientes do banco. (…) Quando esta ponta do problema foi identificada em setembro de 2013, o BdP desenvolveu uma actividade de isolamento dos riscos do BES às restantes empresas do grupo. Esta politica foi sucessivamente reforçada ao longo do último ano e foi no quadro do aperto, do cerco, que o BdP estabeleceu que as empresas do grupo ES começaram a entrar em incumprimento”.
Esta afirmação foi feita em resposta às questões do deputado socialista João Galamba no sentido de mostrar que o governador do banco central tinha tomado conheciento ” de uma fraude em setembro de 2013″, sem que tivesse tomado diligências necessárias e obrigadas pela lei.
Ora, na sua intervenção de 3 de Agosto passado, diantes da câmaras de televisão, em que anunciou as medidas adoptadas sobre o BES – que se pode ler aqui e é visível no youtube no minuto 19:13, 19:52 e 20:44 (aqui) – Carlos Costa falou a terminar de “financiamento fraudulento” e de “práticas indesejáveis”:
“O Grupo Espírito Santo, através das entidades não financeiras não sujeitas a supervisão do Banco de Portugal, desenvolveu um esquema de financiamento fraudulento entre as empresas do grupo”.
Perda de memória ou maior contenção?