Desde 2010, o jornalismo económico defendeu uma política de austeridade como solução nacional. Exaltou com o Memorando de Entendimento, apoiou um governo de direita que queria ir-lhe mais além. Mas face ao fracasso económico, à explosão do desemprego que atribuiu à inação reformadora do Governo,
desilude-se com o PSD e o CDS. Mas nunca culpa o programa de austeridade como o primeiro responsável do falhanço económico. A tal ponto que, em 2016, esquecendo-se de tudo o que se viveu entre 2011/14 e “apropriando-se” das fragilidades deixadas pelo Memorando como sendo “fragilidades estruturais” do país, continua a defender como inevitabilidade económica a austeridade, a “poupança”, a sujeição aos desideratos dos mercados, o “não ha alternativa”. Tal como o fizera em 2010/11. Ficam estas imagens para relembrar o que vivemos (como esquecer?), para que se evite uma nova vaga de austeridade destruidora.