Há um livro que me impressionou: “A selva” de Ferreira de Castro.
Um imigrante, desesperado por trabalho, aceita tudo. Vai para o seringal, no meio da selva. Se não já bastasse a humidade, as feras, os mosquitos e as doenças, tem de comprar as suas ferramentas de trabalho a quem lhe paga. E é assim que se gera a dívida primeira. Ele vai ter de trabalhar para poder pagar essa dívida primeira, com o seu salário. Não para gerar rendimento para si. E no final de anos de trabalho, deverá ainda mais dinheiro do que antes de ter começado. O desespero instala-se.
A selva é o princípio básico de qualquer conflito. Todo o conflito gera dívida. E quem controlar a dívida, controla tudo. Controlar a dívida é a essência da actividade bancária.
De uma pessoa, de uma instituição ou de um país.