As perguntas que ficaram sem resposta sobre o caso BES

0 Posted by - August 7, 2014 - Blog

Aquilo que a ministra das Finanças no Parlamento não respondeu aos deputados na sessão de dia 7 de Agosto de 2014:

1)   Qual é a parcela da CGD no pagamento do empréstimo feito pelo Tesouro ao Fundo de Resolução (FR)?

2)   É ou não o Fundo de Resolução uma entidade pública? A ministra disse: “O FR está no perímetro das contas públicas, mas a responsabilidade das dívidas do FR cabe ao sistema financeiro”. E se o sistema financeiro não tiver condições de pagar? “O sistema financeiro seguramente tem condições”, respondeu a ministra.

3)   Permite ou não o diploma aprovado pelo Governo a partição do Banco Novo? E é ou não possível que o Novo Banco fique apenas com o que é um bom activo – para melhor vender – e deixe tudo o resto ao FR para pagar?

4)   O que mudou entre Julho passado, quando a ministra assegurou que tudo estava bem, e o momento actual? A ministra disse: a divulgação dos resultados do 1º trimestre de 2014 [seria o 2ºTrimestre] e os acontecimentos enunciados pelo governador do BdP.

5)   Mas o que foi feito para impedir actuações criminosas? O que fez a troika? O que é que se passou? O Governo e as autoridades tinham o dever de conhecer e prevenir porque a campainha de alarme já tinha tocado há muito (desde 2013). A ministra ão houve resposta.

6)   O Governo defendeu os contribuintes quando defendeu o aumento de capital, sem dizer nada sobre os riscos existentes?

7)   O que é isto que se passa agora, senão uma situação de pilhagem que foi permitida?

8)   Os deputados da maioria criticaram a nacionalização do BPN e elogiaram a medida actual. Mas foi lembrado poelos deputados à esquerda do PS que o PSD e o CDS votaram a favor a nacionalização do BPN, tal e qual foi aplicada, tendo apenas o PCP, BE e Verdes votado contra. Podemos estar a trilhar o mesmo caminho que o BPN, com outra solução?

9)   Qual foi a entidade que avaliou o risco do empréstimo feito pelo Tesouro ao FR ?

10) Que soluções alternativas considerou o Governo e o Banco de Portugal e porque eram mais arriscadas?

11)  O decreto-lei do Governo que legitima a operação foi aprovado a 31/7, mas estava preparado antes. Por que não houve comunicação à CMVM para impedir a transação de valores de um banco cuja situação já se sabia ser problemática? Disse a ministra: Vimos há mais de dois anos a alterar todo o enquadramento legal de acordo com as regras europeias. “Qualquer legislador responsável” deve garantir que “que toda a legislação esteja disponível e preparada”. E foi só essa a razão que explica que a legislação estivesse tão rapidamente pronta, para que o Governo dispusesse “de todos os instrumentos que mais defende os contribuintes”.

12)  O que se passa com o Fundo de Pensões do BES? Que medidas vão ser tomadas em relação ao Fundo de Pensões? Que garantia há de que injecção e capital não vai ser acompanhada por um despedimento colectivo . A ministra disse: “O Estado não é accionista do novo banco (NB), não escolhe a administração do NB, não tem risco no NB, não é dono do NB, não é dono do NB”.

Compreendeu?