Governo quer evitar “referendo” ao PSD/CDS nas eleições legislativas

0 Posted by - January 18, 2014 - Blog

O que pode levar a direcção do PSD a dar “luz verde” ao grupo parlamentar para votar um referendo à adopção e co-adopção? E já se falar que o Governo está a repensar a lei do aborto? Apenas uma solução: tudo será bom para galvanizar um eleitorado de direita.

No jornal Expresso de hoje dá-se conta de que a direcção do Partido Social-Democrata deu o seu aval às tropelias no seu grupo parlamentar que levaram à aprovação, por uma minoria de deputados, de um referendo sobre uma matéria que estava em vias de ser legislada.

O assunto é tão sensível que o próprio primeiro-ministro veio desmentir, em Bragança, que não influenciou a proposta, mas adiantou que vê vantagens no alargamento do debate à sociedade.

“De facto não, mas respeito muito a decisão que os deputados tomaram nessa matéria”, declarou aos jornalistas, à margem de sessão de esclarecimento sobre a sua recandidatura para presidente da comissão política nacional do PSD. “Essa questão foi discutida na Comissão Política Nacional, que entendeu não olhar a iniciativa com hostilidade”. Passos Coelho lembrou que o partido “não tem uma posição definida, nem sobre a coadoção, nem sobre a adoção de crianças por parte de casais homossexuais”, nem o assunto consta do programa eleitoral por o PSD entender que é uma matéria de “consciência”. “Por essa razão, deu total liberdade de voto ao grupo parlamentar e, portando não deu qualquer indicação nessa matéria”, afirmou. Mas acrescentou que esperava que as vozes discordantes do referendo “respeitem” a decisão do Parlamento, e diz mesmo que não há “nenhum inconveniente” na realização do referendo, nem mesmo o custo da consulta popular no actual momento de dificuldades financeiras no País.

Claro que não vê! O que parece óbvio é que há todo o interesse do PSD – a cair nas sondagens – em criar um facto lateral a todo o descontentamento da população com a situação económica do país, para poder cavalgar uma onda Moral e aparecer, novamente, com um apoio que a real situação do país não lhe parece querer dar. Até seria bem vista a criação uma de lista conjunta entre PSD e CDS, sob uma nova bandeira.

A jogada não é nova e só não sei por que não se apaga já o assunto, voltando a agenda do debate nacional para os assuntos que realmente serão decisivos para o futuro da população:

1) Como vamos crescer no futuro?

2) Como vamos absorver o desemprego?

3) Como fazer para fazer voltar todos os jovens qualificados que estão a fugir do país?

Esses são os assuntos que importa discutir, agora.